Por João Carlos, diretor da VELLENT e especialista na implantação de projetos de infraestrutura
Já publiquei no LinkedIn os desafios que entendo serem os obstáculos aos novos investidores em infraestrutura. Diferentemente do ocorrido no passado, esses novos Players são empresas operadoras de algum segmento específico, ou fundos de investimentos, ou Pool de empresas organizadas em forma de SPE-Sociedade de Propósito Específico.
Nestes casos, e em outros similares, o desafio a ser vencido é o mesmo: a implantação de grandes obras de engenharia. Não estamos falando de pequenas obras, mas sim de obras complexas, do porte de 500 km de duplicação de rodovia, de grande extensão de implantação de ferrovias, gargalos urbanos, túneis e outras.
Essas obras pleiteiam estruturas organizacionais específicas nas organizações dos novos Players, mas com qualificação própria, maturidade compatível, perfil de liderança e experiências pretéritas.
Além disso, requer também um time bem entrosado e multidisciplinar. Complementarmente, é preciso preparar a estrutura interna do investidor para receber esses novos profissionais, novos processos, novas demandas de aquisição e suprimento, novos problemas trabalhistas e tributários.
Tudo isso deve ser avaliado pelos, Conselho de Administração e CEOs, no sentido de preparar suas organizações para virarem uma “construtora”, como ouvi de uma pessoa interna a um desses novos Players.
O governo não poupou esforços na viabilização dos programas de concessões e renovação de contratos do setor de infraestrutura. Em contrapartida, delegou (ou impôs), a cada um desses novos investidores a solução de gargalos de obras há muito tempo necessárias.
Temos agora um novo momento, o entendimento de que “uma andorinha só não faz verão” e a escolha certa do modelo organizacional a ser adotado por esses investidores.
Em obras, uma coisa é certa, a conta chega! E chega pesada se não tratada com conhecimento do que deve ser feito, como deve ser feito e por quem deve ser feito.
Economia no início do projeto acarreta custos elevados durante sua execução. Saber exatamente como mitigar riscos já no nascedouro de um projeto de engenharia é um aprendizado que leva anos.
Esperamos que os nossos novos “construtores” saibam definir o modelo correto para cada caso, e que não poupe recursos humanos e financeiros, o que é de fundamental importância para seu projeto.
A engenharia nacional agradece e, preparada está para esse novo cenário. É saber fazer.