Por João Carlos, diretor da VELLENT e especialista na implantação de projetos de infraestrutura
Existe a tendência de comparar o custo por quilômetro de rodovias pedagiadas. Vamos aos fatos:
Nos processos de concessão, os governos imputam aos investidores a implantação de obras e a prestação de serviços não existentes antes da cobrança de pedágio. Até aí, sem problemas.
Ocorre que, dependendo do modelo do contrato de concessão poderá ocorrer substancial diferença no preço do pedágio.
Cenário explanado
No modelo aplicado em São Paulo-SP, o valor do pedágio é fixado previamente pelo estado e ganha a concessão quem ofertar a maior outorga. Os custos de implantação e serviços serão reduzidos da outorga ofertada, ou seja, o custo por quilômetro de qualquer rodovia, na origem é o mesmo.
Em alguns outros processos o que é mandatário é o valor do pedágio. Assim, o investidor é obrigado a incluir em seu plano de negócio os custos de implantação e serviços exigidos na tarifa ofertada. Neste caso, nunca haverá similaridade entre os valores unitários por quilômetro, pois, cada projeto é um projeto.
Imaginem essa comparação entre projetos greenfield (ativo a ser implantado 100%) e brownfield (ativo existente e passível apenas de melhorias). Nunca teremos custos por km semelhantes.
Ainda assim, insistem em fazer essa comparação depreciativa. Padroniza-se o modelo e façamos as comparações.
O Brasil precisa crescer, e esse crescimento somente virá pelo agronegócio, investimento em infraestrutura e commodities. Essa é a nossa realidade em 2021.