Muitos são os que não confiam no poder público quando se fala em capacitação profissional. Muitos não veem um Brasil diferente surgindo através das boas ações realizadas em estados e municípios. É um novo Brasil sendo construído por meio de modelos de gestão competentes em níveis subnacionais, como gostam de dizer economistas e agentes do governo federal.
Vamos apresentar aqui alguns bons exemplos desse novo Brasil que está emergindo.
O primeiro deles refere-se ao projeto H-Tec – Qualificação e Fortalecimento da Cadeia Produtiva em Energias Renováveis, que está sendo lançado pelo governo do estado do Ceará. Em outra ação no Nordeste brasileiro, uma empresa alemã se instalou no Rio Grande do Norte para capacitar profissionais na manutenção de torres de energia eólica a 7, 80, e 100 metros de altura.
Essas ações demonstram a nova vocação do Nordeste brasileiro: energia renovável.
Já no Centro-Oeste, a demanda de formação é outra: engenheiros de todas as disciplinas e profissionais da área de logística.
Em recente visita ao estado do Mato Grosso do Sul, pude verificar “in loco” um campus de faculdade na cidade de Jardim, focado na formação de profissionais de curso superior na área de logística.
Complementarmente, em uma recente matéria publicada na mídia, a UEMS (Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul) informou ao prefeito e à população local de Nova Andradina sobre a tão aguardada implantação do curso de Engenharia Civil em seu campus local. A data do primeiro vestibular para o referido curso já está definida.
A demanda aqui é por profissionais com vocação em carreiras técnicas de logística e engenharias, devido às necessidades da região. Dar suporte ao pujante agronegócio, da porteira para fora, é o grande desafio desse Brasil produtor que vive na região Centro-Oeste.
Em São Paulo, a disseminação dos campi das Fatecs (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo) e ETECs (Escolas Técnicas Estaduais) pode ser vista como um programa de formação profissional único e bastante ampliável.
Além disso, diversos cursos de formação profissional de todas as naturezas estão sendo promovidos por estados e municípios alinhados ao perfil e às características econômicas de cada região.
Assim, da mesma forma que está ocorrendo no Brasil da Infraestrutura, no qual os estados e municípios estão cada vez mais atuantes, o Brasil da Formação Profissional está cada vez mais a cargo de estados e municípios.
Faz-se urgente e necessário que o setor privado, através das empresas, sejam elas prestadoras de serviços públicos com contratos de longa duração, indústrias ou grandes empresas do comércio, se engajem nessa necessidade e comecem ou ampliem seus programas de formação profissional. Esse tipo de programa é muito mais abrangente do que a simples contratação de jovens aprendizes, estagiários e trainees. É formação profissional. É ensinar o ofício, como se dizia no passado.
Tempos atrás, as empresas faziam isso, mas, infelizmente, essa prática se perdeu por necessidade de redução de custos e outras dificuldades. Isso nos levou à atual crise de apagão de mão de obra qualificada que hoje enfrentamos.
Esperamos que esse Brasil dos entes subnacionais cresça e prospere a ponto de nos levar ao tão desejado crescimento econômico com estabilidade e perpetuidade.
O BRASIL TEM PRESSA de ações firmes que nos tragam crescimento econômico sustentável.