Gerir na Engenharia

Gerir projetos de infraestrutura não é gerir sua implantação. É gerir sua viabilidade a nível de projeto executivo, custos e questões operacionais, quando for o caso.

Desde 1988 atuando nesse setor, vivi mudanças interessantes.

  1. Lei 8.666/93
  2. Plano Real e 6 moedas na transição;
  3. Programa de Concessões.

Agora viveremos a mudança da lei de licitações novamente a partir de abril 22. Um avanço, presumo.

Vi nascer e vivi organicamente o programa de concessões. Podem dizer o quanto quiserem, mas os grandes players para o início desse processo foram os empreiteiros.

Sim, eles.

Eles que detinham o poder financeiro para os projetos e o conhecimento de gestão para viabilizá-los e conduzi-los. Isso claro no setor de infraestrutura, que é o caso.

Aprendi muito nesse meio profissional.

Somos realizadores.

Hoje vivemos uma carência de liderança e de conhecimento de gestão no setor de projetos de infraestrutura. Vivemos ainda a transferência da responsabilidade da implantação dos projetos dos governos para os investidores.

Desde 2012, quando assumi as obras de Viracopos vejo que um novo modelo de gestão de concepção e implantação de projetos de infraestrutura é viável.

Muitos de meus amigos de grandes empresas de construção, à época, apostavam que não fazíamos tão grandiosa obra.

Fizemos.

Ali nasceu uma ideia que hoje materializamos: uma empresa de gestão de implantação de obras de infraestrutura e desenvolvimento da viabilidade de projetos atuando para players operacionais.

Hoje atuo nesse segmento através de nossa empresa: integrar os times dos novos players na implantação de obras de infraestrutura focados na gestão plena dos projetos, desde a sua concepção até sua efetiva implantação e início de operação. Claro que o melhor é participar de todas as fases, mas nem sempre isso é possível.

Basicamente o modelo é integrar o time do cliente, seja ele concessionário ou construtora, de forma a montar um time único com a maturidade necessária a cada etapa do projeto. Ajustamos a estrutura organizacional a cada fase do projeto de forma que não hajam hiatos de competências e maturidade ao longo das diversas fases.

Com esse modelo não se onera a estrutura indireta dos projetos pois a mobilização e desmobilização da estrutura indireta se dá de forma simples e rápida.

Para empresas cujo único objetivo é operar o projeto, nosso modelo facilita a implantação do CAPEX pois não necessita a esse cliente montar estrutura de engenharia de infraestrutura que não utilizará quando o ativo estiver em operação. Não estou falando de uma construtora com um contrato de turn-key. Estou falando de uma empresa gestora de projetos de engenharia de infraestrutura atuando integrada à estrutura do cliente.

Não falo também de uma Gerenciadora pois atuamos diretamente na implantação dos projetos no nível desejado pelos clientes. Nosso risco? Receber ou não prêmio de performance a cada etapa de entrega do ativo de forma que o cliente inicie sua operação e/ou não seja imputado em multas pelo poder concedente por não cumprir o cronograma do contrato. Isso é parceria: ganho casado.

Para construtoras nosso modelo ajuda na introdução de experiência e capacidade de realização em projetos complexos na qual essa não tenha a experiência necessária em seus quadros. Entramos integrados ao time, formamos profissionais, executamos a obra e/ou os estudos requeridos e saímos quando possível.

Nosso conceito empresarial é parceria. O cliente receita, nós ganhamos nossa parte.

Assim foi com nossos primeiros projetos.

Sabemos fazer, gerir, analisar riscos e viabilizar projetos de infraestrutura.

Em síntese, sabemos GERIR projetos.

Uma demanda cada vez mais necessária.Parceria: Esse é o propósito de nosso trabalho.

João Carlos Gomes
Um blog voltado para opiniões e comentários sobre projetos de infraestrutura brasileiros e suas histórias, relatadas por quem ainda ajuda e outros que ajudaram a fazer.

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