Essa semana li e postei no LinkedIn que uma empresa Suíça comprou uma empresa brasileira de engenharia. Não se trata de um movimento único, mas sim de uma tendência.
Quando em 2014 que as 5 empresas grandes de construção foram tragadas para o caos operacional e gerencial, discute-se o futuro da engenharia nacional.
Muitos achavam que seria uma tendência a aquisição dessas empesas por grupos internacionais. Nunca apostei nisso.
Ninguém compra passivos operacionais e tributários. No caso das empresas construtoras acrescente-se passivos morais e éticos.
Entretanto, um novo modelo está se desenhando para a nossa engenharia, qual seja: clientes majoritariamente privados, empresas com sistemas de compliance e novos modelos de gestão.
Nesse contexto, vemos a exteriorização da engenharia nacional através da aquisição de empresas de “inteligência”. Assim, temos Chineses, Espanhóis, Franceses e, agora, Suíços adquirindo empresas de projetos e supervisão/gerenciamento de obras. Temos Finlandeses e Ingleses também nesse modelo.
Interessante esse movimento. Na minha visão, e por isso a estruturação e fundação da Vellent Engenharia em Infraestrutura, nossa engenharia possui um potencial ímpar, mas com uma forma diferente de atuar.
A cada dia que passa vemos o crescimento de processos de concessão, privatização e/ou PPP de ativos de infraestrutura. Mas diferente do passado, processos esses com grupos de operação e/ou produção como protagonistas.
Nesse cenário, as grandes empresas estrangeiras de gestão de obras estão vendo grandes oportunidades. E existem mesmo.
Grandes obras de engenharia estão nos pipelines dos governos estaduais e federal. Para implantá-los, os novos Players precisarão de suporte de conhecimento e experiência, principalmente nas questões particulares do setor tais como licenciamentos ambientais e desapropriação.
Isso posto, estamos assistindo a exteriorização da engenharia nacional. Particularmente acho muito bom esse movimento pois é a demonstração dos grandes grupos de que existe potencial de crescimento e acreditam no mercado nacional. É também a constatação de que teremos que modernizar os processos de gestão de obras e, principalmente, entregá-las.
Paralelamente, estamos vendo a “falência” das grandes construtoras. Das cinco grandes pré 2014, três já mudaram de nome, mas estão com dificuldades de sobreviver nesse novo mercado. Uma, sairá em breve do setor. A última delas, aposto eu, sairá também. Mudou o modelo, mudou os players, mudará as empresas prestadoras de serviços.
Vejo esse momento como uma oportunidade ímpar pois temos muito a fazer e muito a aprender. Que venham as empresas estrangeiras de “inteligência” em gestão para nos ajudar a construir um novo Brasil com infraestrutura compatível com nossas necessidades.