Por João Carlos, diretor da VELLENT e especialista na implantação de projetos de infraestrutura
Nos anos 40, o governo Vargas decretou: “Brasil, o celeiro do mundo!”. Era uma visão otimista, mas indicava o que seria o agronegócio brasileiro.
Hoje somos, uma parte importante desse celeiro, nosso agronegócio nunca produziu tanto e com tamanha produtividade.
Andando pelo interior de Goiás entre 2016 e 2017 quando na Valec, impressionava a visão das terras plantadas, não sobra um metro quadrado sem plantação. Chega-se ao cúmulo de contar com soja plantada na faixa de domínio das estradas. Entre a cerca e o acostamento, uns 10 metros de faixa rodoviária de cada lado, contribuindo com o agronegócio, uma linda visão!
Ainda na Valec, nos reunimos algumas vezes com a equipe da Embrapa e conhecemos a pujança da região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), uma região fértil e bem explorada. Tanto é assim, que ferrovias e rodovias se voltam para essa região.
Recentemente demos suporte ao grupo Simpar na licitação da Rodovia Transcerrados que operará basicamente no transporte da produção da região do MATOPIBA no estado do Piauí. Sem dúvidas, uma aposta certeira do grupo Simpar!
O olhar para dentro de nossas fronteiras
Os anos de 2021 e 2022, serão de processos burocráticos, com leilões de concessões nos mais diversos setores, avaliação econômica-financeira-técnica das propostas, obtenção de garantias contratuais e assinatura dos contratos, parte importantíssima do processo.
Os anos de 2022 e 2023, serão de outra etapa importante, mas ainda sem muitas obras: a pré-construção. Será o momento de se estruturar os investidores para efetuarem os trabalhos de campo (topografia e sondagens), projetos de engenharia, licenciamento ambiental, DUPs (Decretos de Utilidade Pública), desapropriações e contratações das empresas construtoras.
Chega-se aos canteiros de obra
2024, esse será o grande ano! Nada diferente do que conhecemos, o rito é longo e penoso, terá de se trabalhar muito bem para viabilizar esse simples cronograma citado.
Sou um otimista e acredito que isso acontecerá! Me chamam até de “otimista esperançoso”, pode ser, mas o que está sendo feito me passa a impressão de que acontecerá!
Diferentemente do passado, estamos vendo pouca participação do estado entre as proponentes (SPEs – Sociedades de Propósito Específico) e/ou como agente financiador.
Visto que o setor privado assuma integralmente o projeto e quando colocar seu primeiro Real, temos um caminho sem volta. Certamente veremos um “canteiro de obras” e por trás disso, desenvolvimento econômico e mais empregos.
O caminho está traçado, temos apenas que ter a seriedade necessária dos nossos governantes, legisladores e a segurança jurídica emanada pelo nosso poder judiciário, o maior risco está em nós mesmos.
Cabe agora ao poder executivo, através das agências reguladoras cobrar o que consta em contrato, ao poder legislativo fiscalizar esse papel do executivo e o judiciário assegurar o que foi contratado, sem surpresas.
Afirmo: Brasil um canteiro de obras!